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O que é o GLAUCOMA?
O termo glaucoma designa um grupo de doenças oculares que se caracterizam pela presença da tensão intra-ocular elevada. O glaucoma é uma das principais causas de cegueira no Mundo atual, cuja perda de visão é consequência da destruição do nervo ótico (NO), uma estrutura localizada no fundo do olho, e responsável pela condução das imagens até ao cérebro. O NO (nervo óptico) pode ser comparado a um cabo eléctrico formado por inúmeros fios, as fibras nervosas. No glaucoma essas fibras são destruídas, tornando impossível a condução das imagens ao cérebro. Nestas condições assiste-se ao aparecimento de manchas escuras (escotomas) no campo de visão e, se a doença evoluir, há perda progressiva da visão, sendo por isso fundamental o diagnóstico precoce e um tratamento correto.
Quais são os sintomas do glaucoma?
De uma maneira geral, o doente com glaucoma não apresenta sintomas numa fase inicial (costuma-se dizer que o glaucoma é o ladrão silencioso da visão), só se apercebendo que tem um problema numa fase já avançada da doença, quando começam a aparecer manchas escuras (escotomas) na periferia do campo visual. À medida que a doença progride, as manchas aumentam com perda progressiva da visão (visão em túnel ou tubular).
Quais as causas do glaucoma?
No glaucoma há aumento da tensão ocular (TO).De um modo geral, uma TO superior a 21mmHg pode provocar a destruição das fibras nervosas do nervo ótico, assim como a má irrigação sanguínea da cabeça do nervo ótico (papila).
Que tipos de glaucoma existem?
Glaucoma primário de ângulo aberto ou glaucoma crónico simples é a forma mais comum de glaucoma (cerca de 90% dos casos) e está geralmente associada ao envelhecimento. Nesta situação a destruição do nervo ótico é lenta e indolor, de tal forma que o doente só descobre que tem glaucoma quando a lesão já é muito extensa.
Glaucoma primário de ângulo fechado ou agudo é uma situação aguda, rara e grave, que requer tratamento de urgência. Neste tipo de glaucoma, a íris bloqueia completamente os canais de saída do líquido intraocular, provocando um aumento súbito da TO com dor ocular forte, visão turva e halos coloridos à volta das luzes, dor de cabeça, náuseas e vómitos.
Glaucoma de baixa pressão ou pressão norma a lesão do nervo ótico ocorre sem pressões oculares muito elevadas, não se conhecendo muito bem o mecanismo desta situação clínica.
Glaucoma congénito que atinge essencialmente bebés, cuja resolução é cirúrgica.
Glaucomas secundários associados a doenças como traumatismo ocular, inflamação, tumor, catarata numa fase avançada, diabetes ou resultantes de tratamentos prolongados com corticóides.
Como é diagnosticado o glaucoma?
Um exame oftalmológico cuidado onde conste a medição da TO (tonometria),as acuidades visuais e a observação da papila ótica (oftalmoscopia ou exame do fundo do olho),que deverá ser efetuado por rotina anualmente a partir dos 40 anos. É verdadeiramente eficaz na deteção e no diagnóstico da doença. Situações de traumatismo ocular, cataratas ou inflamações oculares, deverão ser tomadas em consideração e motivo para procurar um oftalmologista.
Qual o tratamento para o glaucoma?
O tratamento do glaucoma tem por objetivo evitar o aumento da lesão e a perda de visão, uma vez que o nervo ótico destruído não pode ser recuperado (lesão irreversível).
Para o tratamento do glaucoma podem ser utilizados:
Medicamentos (tratamento médico) – os antiglaucomatosos (gotas oculares ou comprimidos) reduzem a TO, diminuindo a produção de humor aquoso no olho, ou facilitando o seu escoamento. Para que produzam o efeito desejado, estes medicamentos têm que ser aplicados regularmente, e muito possivelmente durante toda a vida, sendo por isso fundamental a colaboração do doente no seguimento da terapêutica prescrita pelo médico (na fase inicial do glaucoma o paciente queixa-se do tratamento e não da doença, devido aos efeitos secundários da medicação).
Tratamento por laser – A laser terapia é normalmente utilizada, quando o tratamento médico não consegue normalizar a TO. O laser é utilizado para desobstruir os canais de escoamento do líquido intraocular.
Cirurgia – De um modo geral, a cirurgia está reservada para os casos em que o tratamento médico máximo e o tratamento por laser não resolvem a situação do doente. Neste caso o oftalmologista procede igualmente à abertura de canais para o escoamento do líquido intraocular (humor aquoso) no sentido de reduzir a TO e controlar a evolução da doença (trabeculectomia).
Eduardo Sepúlveda
OFTALMOLOGIA