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Todos os anos o mesmo problema! Repete-se a correria aos hospitais.
Muitas vezes estas idas poderiam ser evitadas se tivéssemos um mínimo de orientação e de autocontrolo. A informação dos meios de comunicação muitas vezes não ajuda a tranquilizar-nos e cria ainda mais angústia em relação a sintomas facilmente controláveis.
A gripe é uma infeção viral que inicia os seus sintomas cerca de 48 horas após a infeção e estes podem manifestar-se com menos frequência e subitamente. Causa febres altas, que podem chegar aos 39.5º. Nos primeiros dias a pele adquire temperatura elevada e fica vermelha especialmente na cara, pode sentir dor de cabeça e sensibilidade acrescentada à luz, sensação de mal-estar geral em todo o corpo embora mais pronunciada nas costas e pernas; e inflamação do revestimento do nariz e das vias respiratórias que inicialmente são relativamente ligeiros como a tosse ou as secreções nasais.
A gripe transmite-se inalando gotículas provenientes da tosse ou espirros de uma pessoa infetada, daí a necessidade de evitar as aglomerações de pessoas – dos hospitais, urgências e inclusive centros comerciais que nos atraem a todos, principalmente nos fins-de-semana chuvosos.
Ao fim de 2 ou 3 dias a maior parte da sintomatologia remite embora em certos casos dure até 5 dias. A bronquite e a tosse podem persistir durante 10 dias ou mais e as alterações das vias respiratórias demoram 6 a 8 semanas a restabelecer-se por completo. A debilidade e a fadiga podem prolongar-se por vários dias ou semanas.
A principal prevenção é a vacinação precoce nos meses de Outono com a finalidade de produzir uma taxa elevada de anticorpos que nos protejam nos meses chaves da gripe. A vacina é recomendada aos jovens, às pessoas de idade avançada e às pessoas com alguma doença cardíaca, pulmonar ou do sistema nervoso, sendo o risco de complicações e de morte mais elevado. Esta imunidade demora em média duas semanas até conseguir a proteção pretendida. As vacinas não são todas iguais: podem ser MONOVALENTES – contendo só uma variedade do vírus inativo ou morto – ou POLIVALENTE – geralmente contem três variedades do vírus- sendo criadas anualmente baseadas nas previsões do vírus que predominou durante a temporada anterior e noutras partes do mundo nesse momento.
O tratamento consiste em estar em repouso e numa abundante hidratação fundamentalmente desde o momento em que começam os sintomas até 24 a 48 horas depois da temperatura corporal voltar à normalidade. Sintomas intensos mas sem complicações respondem bem a paracetamol, ibuprofeno ou naproxeno, e ainda à aspirina, sendo que esta deve ser evitada em crianças, evitando-se assim complicações neurológicas.
Uma infeção bacteriana secundária é tratada com antibióticos. [push h=”20″]
Resfriado ou catarro comum
É uma infeção viral do revestimento do nariz, dos seios peri nasais, da garganta e das grandes vias respiratórias.
São muitos os vírus causadores de resfriados. Não existe vacina eficaz e a melhor prevenção é uma boa higiene, fundamentalmente das mãos.
Os sintomas iniciam-se depois de um a três dias de se ter verificado o contacto. Os primeiros sintomas são mal estar no nariz e na garganta, espirros, nariz congestionado e ligeira indisposição física SEM febre. Pode apresentar também um aumento da temperatura mínima do corpo. Inicialmente as secreções nasais são aquosas e límpidas, muito incómodas tornando- se mais espessas, opacas, de cor amarela esverdeada. São menos abundantes pois desaparecem em 4/10 dias. A tosse, com ou sem expetoração, persiste habitualmente mais uma semana.
Podem aparecer complicações na área traqueal como tensão no peito e sensação de queimadura. Podem ocorrer infeções bacterianas dos ouvidos, ou seja, otite, infeções dos seios peri nasais, ou seja, sinusite, e também das vias respiratórias, ou seja, traqueobronquite. As pessoas com bronquite ou asma são mais propensas às dificuldades respiratórias.
O tratamento principal é evitar o frio e fazer repouso. Uma hidratação abundante ajuda a manter as secreções fluídas e mais fáceis de expelir. Usa-se descongestionantes nasais, como por exemplo: soro fisiológico e anti histamínicos. A inalação de vapores ou essências mediante nebulizadores são considerados úteis para soltar as secreções e reduzir a opressão do peito. A tosse pode ser a única forma de eliminar as secreções e resíduos das vias respiratórias durante a virose, pelo que é preferível não a tratar sempre que não cause mal-estar. Os antibióticos não são eficazes e só deverão ser usados numa sobre infeção bacteriana.
Maria Del Sol Garcia Fernandez
MEDICINA GERAL E FAMILIAR